Os Mistérios do Rosário

O Rosário é um catecismo vivo, ao mesmo tempo prático e mistico. Quem adquire o hábito de rezar diariamente o terço, meditando sobre cada mistério alcançará um entendimento da doutrina católica e uma amizade com Cristo que tornará sua fé inabalável.

Porque o Rosário é uma história, o resumo dos Evangelhos, por assim dizer. Um pouco coma a Via Sacra das igrejas – que eu, menino, adorava seguir enquanto minha mãe rezava ao pé do altar. Era uma história em quadrinhos carregada de um intensidade mística que tocava o menino de um modo que ele entendia lá do jeito dele, um jeito que eu talvez reviva hoje, velho, quando contemplo os Mistérios do Rosário. Talvez…

De tanto repetir pacientemente a tríade de Mistérios – os Gozosos, os Dolorosos, os Gloriosos – em dias alternados, fui criando uma intimidade que só em parte só de ser comunicada – e não sem certo esforço. Porque é tudo muito denso, profundo e singelo, ao mesmo tempo. Esse é para mim o aspecto mais encantador do Catolicismo: ser, ao mesmo tempo, intelectualmente desafiador e quase infantilmente singelo. A imagem que melhor resume esse duplo aspecto simultâneo é o Quinto Mistério Gozoso (uma travessura de criança, aliás!): Jesus menino, aos 12 anos, debatendo com os sábios do Templo. É como alerta para quem se põe a pensar manter o frescor intelectual de um menino.